
No dia 13 de dezembro de 2024, a Sala do Relógio, localizada na Estação Cultura de Campinas, foi palco do 5º Fórum Territorial da Região Central. O encontro, mediado por Edwin Salas e apoiado pelo comitê de jovens líderes, consolidou-se como um espaço essencial para o diálogo e a mobilização social das juventudes. Com o tema “Conexões que Transformam”, o evento reuniu 43 participantes para debater formas de fortalecimento das redes de apoio e soluções para desafios vividos pela comunidade trans.
A pluralidade de vivências compartilhadas durante o encontro evidenciou a urgência de ampliar a visibilidade e os direitos das pessoas trans. Entre os relatos, destacaram-se situações de discriminação no ambiente profissional, dificuldades de acesso à saúde especializada e rejeição familiar. Os participantes sugeriram soluções concretas, como:
- Campanhas de conscientização;
- Políticas antidiscriminatórias;
- Capacitação de profissionais da saúde;
- Programas de inclusão no mercado de trabalho.
O impacto do preconceito foi identificado em diversos espaços, desde a educação até a mídia. Jovens apontaram que a falta de representação positiva na televisão e no cinema perpetua estereótipos nocivos, enquanto a violência verbal e o bullying continuam como barreiras no ambiente escolar. Entre as propostas discutidas, destacaram-se:
- Implementação de educação sobre diversidade desde a infância;
- Treinamento de professores sobre questões de gênero;
- Amplificação do acesso à terapia gratuita.
Outro ponto de atenção foi a vulnerabilidade econômica e social da população trans. Participantes relataram dificuldades no reconhecimento de identidade nos documentos, na obtenção de moradia e no acesso a serviços públicos básicos. Como soluções, foram sugeridas:
- Facilitação da retificação de nome e gênero;
- Ampliação de centros especializados para acompanhamento da transição de gênero.
O Brasil segue como o país que mais mata pessoas trans no mundo pelo 15º ano consecutivo, segundo a TGEU (Transgender Europe). A maioria das vítimas em 2023 eram travestis e mulheres trans jovens, entre 15 e 29 anos, que vivenciavam sua identidade de forma aberta e pública, de acordo com a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) (Conectas, 2024).
O encontro também destacou a necessidade de fortalecer os laços comunitários para combater a invisibilidade social das pessoas trans. Foram levantadas propostas para:
- Maior inclusão em eventos culturais e esportivos;
- Incentivo ao respeito dentro das comunidades;
- Promoção do diálogo entre lideranças religiosas e movimentos LGBTQIA+.
O 5º Fórum Territorial reafirmou que a transformação social ocorre através do encontro, do compartilhamento de vivências e da construção coletiva de soluções. Em Campinas, as juventudes seguem protagonizando um movimento de resistência e inovação, fortalecendo conexões que impulsionam a inclusão e a justiça social.
Referência:
Conectas. “Violência contra pessoas trans”. Disponível em: https://www.conectas.org/noticias/dia-nacional-da-visibilidade-trans. Acesso em: 19/02/2025.