Movimento LGBTQIA+ e tecnologia

Conheça as novas tecnologias que favorecem o movimento

Por Emily Gomes

Fonte: Google Imagens

Mês de junho, mês do orgulho, quando as empresas colocam o arco íris nas marcas e nas rotas dos aplicativos. Data que se fala do respeito com pessoas e toda a forma de amor, como já defendia o Lulu Santos, mesmo ele não tendo sido o primeiro a levantar a bandeira.

O movimento LGBTQIA + é cheio de história e de figuras célebres que tiveram muito o que passar nesse mundo para que as pessoas agora consigam viver como elas são. A Parada LGBTQIA+ em São Paulo, um dos maiores eventos do movimento do Brasil, teve recorde de público. Cerca de 4 milhões de pessoas em volta de muito arco-íris.

Veja a seguir de onde surgiu a comemoração do mês do orgulho.

A revolta de Stonewall

Na década de 60 nos EUA havia ainda regras mais rígidas com o consumo de bebidas alcoólicas e também não era proibida a união de pessoas homossexuais. Por mais bizarro que pareça, boa parte dos estados estadunidenses nesse período proibia as relações homoafetivas de existirem, tendo a última lei desse gênero abolida somente em 2003.

Neste contexto, pessoas queers, travestis, transexuais, gays, lésbicas, interssexuais e toda pessoa diferente daquilo que se esperava viviam na margem da sociedade, e se reuniam em bares clandestinos, como o de Stonewall Inn. Este bar gay de Nova York reunia pessoas que, por conta da sua sexualidade, foram expulsas de sua própria casa.

Em razão da lei seca da época, a polícia local estava fazendo batidas no local com a desculpa do consumo ilegal de alcool pelos frequentadores de Stonewall. Dia 28 de junho de 1969 foi a data de uma dessas batidas.

Cansados das repetidas batidas e o preconceito já constantemente vivenciado ali, as pessoas do bar se revoltaram contra os policiais e o expulsaram dali, numa rebelião que durou dias em que as pessoas marginalizadas saíram às ruas para mostrar o orgulho de quem são. O movimento saiu dos EUA e logo chegou na Europa e no resto do mundo.

Como faz mais de 50 anos que essa revolta ocorreu, celebra o dia 28 de junho como dia do orgulho das pessoas serem o que são desde daquela data. Desde então o movimento se organiza cada vez mais a fim de ter e garantir seus direitos.

Cansados das repetidas batidas e o preconceito já constantemente vivenciado ali, as pessoas do bar se revoltaram contra os policiais e o expulsaram dali numa rebelião que durou dias. Pessoas marginalizadas saíram às ruas para mostrar o orgulho de ser quem são. O movimento saiu dos EUA e logo chegou na Europa e no resto do mundo.

Como faz mais de 50 anos que essa revolta ocorreu, celebra o dia 28 de junho como dia do orgulho das pessoas serem o que são desde daquela data. Desde então o movimento se organiza cada vez mais a fim de ter e garantir seus direitos.

Desafios do movimento

Há culturas que é ilegal ser TLGBQA+. Países em que não seé permitido expressar a sua sexualidade, chegando até à pena de morte. Países como Brunei, Irã, Mauritânia, Arábia Saudita, Iêmen e Estados do norte da Nigéria estão nessa lista.

OMS tirou da lista de doenças e como ‘distúrbio de orientação’ em 1992. Até então, muito era cancelado e tabus foram criados para manter a comunidade invisível.

Em razão dessa modificação das leis, o movimento se uniu para lutar pelo seus direitos, surgindo, então, organizações como a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais, que monitora as leis relacionadas à homossexualidade em todo o mundo.

Violência no Brasil

Nosso país está no topo dos países que mais praticam violência com TLGBQI+ no mundo. Segundo o Grupo Gay da Bahia, no ano de 2021 foram registradas cerca de 300 mortes violentas contra pessoas do movimento, quase uma por dia.

Ainda, o Brasil é a nação que mais mata pessoas trans no mundo, segundo a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais).

Direito LGBTQIA+ no Brasil

O Movimento LGBTQIA + ganhou força com o Somos da década de 90 que passou a criar mais associações para garantir os direitos desse grupo. A primeira vitória foi quando Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps) em 1985.

Constituição Federal de 1988 já é resultado dessa luta pelos direitos LGBTQIA+, quanto a liberdade de expressão, a proibição de discriminação, principalmente na garantia de direitos civis e políticos.

Em 2013, foi legitimado pelo Supremo Tribunal Federal o casamento civil entre pessoas homossexuais.

Também houve avanços no uso do nome social para mulheres transexuais e travestis no ano de 2016 e a partir do ano de 2022, a Lei Maria da Penha pode ser aplicada para mulheres transexuais.

Ainda sim, por ser ainda recente, é necessário criar-se uma cultura em todas as esferas sociais e de trabalho para que saibam acolher e tratar com humanidades todas as pessoas. Por isso, a criação de políticas de inclusão e diversidade é primordial na legitimação das demandas da população.

Inclusão e Diversidade

Mais da metade das pessoas LGBTQIA+ se sentem desconfortáveis no mercado de trabalho. E ainda, há preconceito por parte das empresas na contratação das pessoas do movimento. Por essa razão, é importante criar uma cultura de inclusão e que respeite a diversidade.

“Se hoje as empresas não têm diversidade isso não é responsabilidade de quem está fora do mercado, mas de quem está dentro. Se hoje a maioria das empresas é composta por homens brancos, heterossexuais e de classe média alta nos cargos de liderança, é porque eles não sabem fazer diversidade”, disse Glasser, na Live do Valor.

A proposta de inclusão e diversidade nas empresas é para realmente ter representatividade e não ser somente as mesmas pessoas no poder.

Tecnologia para a diversidade

A tecnologia é aliada quando auxilia movimentos a integrarem a população LGBTQIA + para serem inseridos socialmente e se capacitarem para o mercado de trabalho. Há alguns aplicativos que contribuem muito para que isso aconteça, assim como comunidades digitais como veremos a seguir.

Aplicativo Dandara

Em homenagem ao nome de uma mulher trans que foi assassinada em 2017, esse aplicativo propõe juntar dados em uma nuvem para mapear zonas de perigo para a população vulnerável LGBTQIA +. Desenvolvido pela FioCruz, o intuito é que o aplicativo chegue a nível nacional.

Nohs Somos

Se trata de um botão de pânico do aplicativo que quando acionado dá suporte às vítimas que sofrem ou sofreram um ataque LGBTfóbico. Também tem o mapeamento de Florianópolis com as regiões mais seguras.

Todxs

É um mapeamento apurado que permite contato com advogados que estão preparados para defender causas do movimento, as leis que podem recorrer, as cidades mais abertas ao movimento. O aplicativo Todxs dá também acesso a eventos, órgãos LGBTQIA + para realmente apoiar e dar mais segurança às pessoas.

EducaTRANSforma

EducaTRANSforma é um projeto que realiza a capacitação de pessoas transgênero para ingressarem na tecnologia. É gratuito para quem se encaixa nos requisitos.

Liga Transformadora LGBT

Liga Transformadora LGBT consiste em uma equipe de profissionais que acompanha por três meses uma turma para oferecer acompanhamento psicológico, terapêutico, Direito LGBT, aulas de inglês e muito mais. O atendimento é gratuito.

Coletivos

A tecnologia auxiliou a ação e permanência dos coletivos. Um exemplo é o Coletivo Diversifixe em Piracicaba, que teve suas reuniões online e elaboração de conteúdo por pessoas de vários lugares. “A tecnologia foi essencial para continuidade do Diversifixe principalmente no formato atual, permitiu conectar pessoas independente da distância geográfica”, afirma Max Agostini, co-fundador da atual comunidade Diversifixe.

Redes sociais

Através do TikTok e outras redes sociais, foi bem fácil o movimento se propagar. Hoje, séries LGBT são muito assistidas no streaming, como Heartstopper.

Há mais espaço nos eventos. Tem uma bancada LGBT na Bienal do Livro de São Paulo, que é um dos maiores eventos de literatura do Brasil.

Tanto a violência como os avanços dentro do movimento são veiculados com ainda mais alcance. O movimento Black Lives Matter caminhou junto com as Vidas Negras Trans Importam. Celebridades como Elliot Page dá mais voz ao movimento em razão da sua autoridade e ícones como Pabllo Vittar e Gloria Groove ganham notoriedade em horário nobre da televisão brasileira.

Logo, a tecnologia fomenta mais segurança e acessibilidade para as pessoas LGBTQIA + que se veem vulneráveis pela violência da sociedade. Através da inclusão e da diversidade, o movimento está alcançando a política, a tecnologia e todo o mundo.

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Você leu um artigo feito pela Casa Hacker, iniciativa sem fins lucrativos dedicada a combater a desigualdade social com a educação tecnológica.

Juntos, podemos construir comunidades mais informadas e rumo ao desenvolvimento.

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